sábado, 7 de março de 2015

Sapatos Velhos

Sempre fiquei a respeito do que faz com que sapatos ou pares de sapatos apareçam em lugares inusitados como ruas, fios elétricos, estradas, calçadas. E quando digo sapatos, não é apenas os sapatos fechados, apesar da presença dessa modalidade de acessório do pé ser mais freqüente. Há também chinelas e sandálias, essas últimas muito raras.


Sapatos não andam sozinhos, já que, ao contrário das canetas, não tem pernas. E pés, só aqueles de quem os calça e, nesse caso, não tem nenhum poder sobre esses pés. Por isso, sapatos em cima de fios de luz foram jogados lá por alguém. Digo jogados porque presume-se que seja lá quem os colocou ali, não teria se dado ao trabalho de buscar uma escada só para isso. Mas por que? Por que no fio de luz e não na lata de lixo? E como foi o descarte do sapato? Será que o proprietário se cansou do sapato, foi andando com ele nos pés até o fio, jogou o sapato lá em cima, depois de tentar algumas vezes e voltou descalço para casa? Ou resolveu jogar o sapato fora e achou o fio de luz mais adequado do que a lata de lixo. Não faz muito sentido mas é sempre uma possibilidade. E se não quis voltar descalço para casa, por que teria se dado ao trabalho de calçar um outro par de sapatos para ir jogar o rejeitado, o sapato velho, no fio?


Sapatos na estrada, então... Será que o motorista tirou o sapato enquanto dirigia ou deixou o sapato ao lado para poder jogar onde achar mais conveniente? Nessa última hipótese, porque resolveu jogar o sapato na estrada e não no lixo? Só aparecem sapatos na estrada. É raríssimo encontrar peças de vestuário ou bolsas. Como o motorista conseguiu tirar o sapato enquanto dirigia, se afinal a maioria dos veículos necessita do uso dos dois pés quase que ao mesmo tempo? Ou não foi o motorista e sim um passageiro? E aí volto a ficar curiosa pelo motivo que levou o passageiro a ficar descalço ou, pior, a levar um par de sapatos velhos para jogar na estrada. 


E outra coisa que nunca entendi. Por que sempre que alguém vê um par de sapatos velhos abandonados (nunca é um sapato novo) vira para a pessoa que está do lado e fala assim: olha ali seu sapato, mesmo que a mentira disso seja óbvia, quando o sapato mais se assemelha a um par de esquis de tão grande e a pessoa do lado calçarinha facinho, facinho o sapato da cinderela.  


Afinal, qual o problema com os sapatos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário