sábado, 7 de março de 2015

"Life is Full of Sex, Or Should Be"

Parece estranho falar sobre livros que eu não li. Mas acho que, no caso, nem precisa.


Fiquei sabendo a respeito da Trilogia Cinquenta Tons de Cinza quando via, cada vez que acessava o site www.amazon.com, propaganda sobre o livro. Depois veio toda a popularidade na imprensa e foi aí que fiquei sabendo do que se tratava: uma história de amor entre um bilionário com seus trinta e poucos anos e seu relacionamento meio sadomasô com uma moça ingênua, com seus vinte e poucos anos, com narrativa explícita do sexo entre eles.


A idéia do livro me parecia estranha mas não consegui identificar bem porque até que, assistindo Saia Justa na última quarta feira, dia 06, entendi porque: a história nada mais é do que o bom e velho conto do príncipe encantado, que vem resgatar a mocinha ingênua presa nas garras da bruxa. E claro, casam-se e vivem felizes para sempre. Como uma das participantes do Saia Justa salientou, se ele não fosse bilionário, o livro não venderia, mesmo com todo o sexo que ainda tem.


Um amigo costuma dizer, citando Jorge Luiz Borges, que existem apenas 15 histórias: todas as outras são variações dessas 15. E a história da mocinha e do príncipe encantado que a vem resgatar é uma delas. Não é necessário mais um cavalo branco nem um castelo. Ser bilionário permite um castelo mais moderno e outros cavalos, os de força, que medem o poder do motor de um carro. A mocinha continua ingênua, mesmo que goste do sexo sadomasô que dizem ser a marca registrada do livro.


Não me espanta que a autora, E.L. James era leitora da série Crepúsculo. Não me recordo de onde li que várias pessoas, com síndrome de abstinência da série, escreviam histórias narrando o que teria se passado com os personagens do livro e E.L. James foi uma dessas pessoas. Só que foi além e criou personagens diferentes dos vampiros do livro. Mas no fundo, não tão diferentes porque Crepúsculo também é uma variação da boa e velha história da mocinha e do príncipe encantado que, nesse último caso, é um vampiro.


Por essas e por outras, fico achando que o mundo gira em círculos mesmo e não costuma sair nadinha do lugar.

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