Cada um tem sua cidade favorita. A minha é Londres. Tenho várias razões mas também poderia não ter nenhuma. Talvez porque, quando entrei na cidade pela primeira vez, estava ouvindo Beatles. Nada mais londrino. Ou talvez o charme discreto e elegante da cidade, onde nada é demais nem de menos.
Poderia, também, ser minha paixão por rock. E não adianta ter sido inventado do outro lado do oceano a partir de uma mistura de blues e country. O melhor rock de todos é mesmo o que vem daquelas ilhas. Música para cada momento e para cada história.
Ou talvez sejam os livros: Agatha Christie, Virginia Woolf, Jane Austen, J. K. Rowling (eu sei, eu sei, ela é escocesa mas tem tantas cenas em Londres nos seus livros que exitem até tours especiais passando por lugares como King´s Cross Station ou a Ponte que aparece no Prisioneiro de Azkaban), Shakespeare. Andando pela cidade, parecia que eu estava vivendo as histórias que tinha lido antes.
E os parques. Aqueles com grama verdinha e patos nadando, como o St. James, ou com as árvores sem folhas no inverno, gente sentada no chão, dando comidas para os patos, lendo, almoçando ou simplesmente vivendo.
E aquele ar cosmopolita de que cada pedacinho do mundo tem seu representante ali mas sem perder a personalidade.
É tudo isso e mais um pouco que não sei dizer. Algo que vem de dentro e faz a gente se apaixonar por uma cidade como se apaixona por uma pessoa, por um livro, por uma comida, por uma roupa.
Lembro de uma outra viagem, para um outro lugar do planeta, onde me deu uma súbita saudade de Londres. Não tive dúvidas. Entrei em uma loja que vendia produtos de uma famosa marca londrina e comprei algo que me acompanhou por todo o resto daquela outra viagem. E eu sentia que estava carregando um pedacinho da cidade comigo. E até hoje é assim que eu me sinto quando uso o objeto em questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário