sábado, 7 de março de 2015

An Equal Music

Era um fim de semana que eu escolhi para não fazer nada. Enchi a geladeira para não precisar de sair para comer e escolhi um livro para ler, de vários que fui comprando ao longo dos anos e não li. O escolhido foi An Equal Music, de Vikram Seth.


O livro me segurou já na primeira página. A história vai indo e vindo, entre presente e passado, à medida em que vai mostrando os personagens e a história de cada um.


O que mais me chamou a atenção foi o efeito devastador que não saber perdoar ou não conseguir compreender o outro pelos parâmetros da outra pessoa traz.


O moço da história tem uma crise de nervos enquanto estudava violino em Viena e volta para a Inglaterra, de onde vinha, sem falar para ninguém, nem mesmo para a mulher que ele amava. Dois meses depois ele sai da fase negra e a procura. Ela se recusa a falar com ele. Ele insiste, insiste e acaba desistindo. Dez anos depois eles se encontram. Ele continua preso àquela época e àquela situação. Ela também, mas, de alguma forma, conseguiu se casar e teve um filho e, assim como ele, voltou para a Inglaterra. O casamento e o filho foram só um verniz. Assim como ele, ela não consegue virar a página e isso volta na forma de uma surdez que, no caso dela, é um problema sério porque ela é pianista.


E aí que entra a incapacidade de perdoar.


Quando ele sai de Viena após o colapso, ela se volta para seu próprio sofrimento, não consegue entender a necessidade de solidão e silêncio do outro e, por despeito, casa-se em menos de um ano. Isso destrói a vida dos dois de uma certa forma pois ela fica surda e ele nunca mais se relacionou com ninguém além do sexo.


Depois que terminei o livro, fiquei pensando... Se ela tivesse sido um pouco menos egoísta e egocêntrica e tivesse compreendido o outro, dois meses depois do sumiço as coisas iriam entrando no lugar aos poucos. Mas não. O ressentimento e focar no próprio umbigo deram a tônica e nenhum dos dois conseguiu mais ser feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário