"Se você está rindo quando tudo deu errado, é porque já descobriu em quem colocar a culpa"
É interessante como as religiões tem um apelo sobre as pessoas sem, no entanto, fazê-las atingir o objetivo de todas elas: evolução espiritual. Cumprem os rituais, dizem acreditar nos dogmas e tentam seguir os preceitos mas, no fundo, não seguem coisa nenhuma.
Qual o objetivo de professar uma religião então? Acho que é conseguir alguém em quem colocar a culpa. Ou se eximir da responsabilidade pelas próprias escolhas.
Os católicos podem fazer qualquer coisa que serão absolvidos pelo padre, desde que cumpridas certas penitências. Os espíritas dizem que agiram mal porque estão obsediados pelo espírito de alguém já desencarnado. Os evangélicos dizem que seus erros são culpa de "Satanás" e que agora que encontraram Jesus não cometem mais os mesmos erros. E por aí vai.
É muito bom descobrir em quem colocar a culpa. E muiot fácil também. Se Satanás é responsável pelos meus erros, posso errar o quanto eu quiser porque nunca serei responsável. Ou se alguém me absolve em troca de algumas penitências, também posso errar, errar e errar. E, ainda, se agi porque alguma outra vontade se sobrepôs à minha, não posso ser responsabilizado por isso, posso?
Pode. Pode. Pode.
A responsabilidade pela nossa vida é nossa e só nossa. "Satanás" ou algum espírito obsessor podem falar o que quiserem, mandarem fazermos o que quiserem. No final, a decisão a fazer ou não é sempre nossa. Assim como a colheita do que semeamos.
Na adaptação de Tim Burton para Alice no País das Maravilhas, Alice tem que tomar duas decisões: casar-se ou não se casar com um sujeito repulsivo e enfrentar ou não um monstro. Várias pessoas lhe dizem o que fazer. O único conselho útil é o da Rainha Branca: "lembre-se que as pessoas podem dizer o que quiserem, no final, é só você, sozinha, enfrentando o monstro". É assim mesmo. Independentemente do que disserem, quem vai viver a nossa vida somos nós mesmos. E é melhor dar com os burros n´água a partir de nossas escolhas do que a partir de escolhas alheias. Quem sabe o que é melhor para mim sou mesma, ainda que quem dê palpites goste de mim e só deseje que eu seja feliz.
Claro que conselhos são bem vindos. Mas ainda que sejam levados em consideração, a decisão final é minha. No final, sou eu sozinha, enfrentando o monstro.
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