E aí, no ano passado, descobri A Song of Ice and Fire. Ou Game of Thrones, como ficou mais conhecida, apesar de Game of Thrones ser o primeiro livro de cinco: A Game of Thrones, A Clash of Kings, A Storm of Swords, A Feast for Crows e A Dance With Dragons.
Descobri a respeito dos livros vendo propaganda na HBO do lançamento da série com o nome de Game of Thrones, adaptando o primeiro livro. Fui correndo atrás da série, que comprei no kindle, em uma big promoção dos 4 primeiros livros por 9 dólares.
Fiquei apaixonada logo nas primeiras páginas. Os personagens são interessantes e complexos, a história não é previsível, não há garantia de que ninguém está a salvo, a escrita é elegante e flui, a capacidade descritiva do autor faz com a gente se sinta dentro da história. Alguns mistérios vão aparecendo, como por exemplo, quem são os pais de Jon Snow? E assim como em Harry Potter, ir tentando desvendar as pistas espalhadas pelos livros é muito bom.
Outra grande sacada do autor foi contar a história sob o ponto de vista dos personagens. Não há um só narrador mas vários. Assim, um fato descrito de um jeito por alguém, adquire uma concepção completamente diferente. Pessoas que já estavam mortas quando o livro começa, chegam ao nosso conhecimento através de outros personagens. Alguns as odiavam, outras as amavam. E aí vamos criando nossas próprias opiniões, que também não são exatamente a realidade. Mas como já dizia Kant, não temos condições de conhecer a realidade como ela é, porque tudo sempre vai estar carregado de subjetivismos. Ainda mais quando estamos falando de alguém que surgiu da cabeça de outra pessoa. Se bem que a nossa imagem dos outros surgiu dentro da nossa própria cabeça e nunca vamos saber se é aquilo mesmo.
Alguns personagens vão modificando ao longo do livro (Jaime Lannister, por exemplo) e a mudança é totalmente coerente com o que eles passam. O autor passa longe de personagens maniqueístas.Não tem ninguém muito bonzinho, apesar de alguns outros deixarem Lord Voldemort com inveja.
A arrogância cega. O livro vai mostrando isso o tempo todo. E as pessoas deixando de ver coisas que vão causar sua destruição, como Cersei Lannister se recusando a acreditar que os dragões voltaram ou ter certeza que a rainha mais jovem, que vai ser a razão da sua queda, como a bruxa havia dito, é sua nora, Margery Tyrell e não a dona dos dragões, Daenerys Targaryen.
Os dois últimos livros ficaram cansativos. Muita descrição e pouca coisa acontecendo. Muitas situações ficam sem resolver em um livro e, no livro seguinte, não são resolvidas e aparece mais uma situação para ser resolvida sabe-se lá quando. Confesso que lendo A Dance of Dragons me senti traída pelo autor. Claro, o livro tem momentos brilhantes, como quando Doran Martell (de longe meu personagem favorito, apesar de aparecer só no 3o livro) explica seus planos de vingança. Ou quando Tyrion descobre que Young Griff é, na realidade, Aeon Targaryen.
Agora é respirar fundo, buscar toda a paciência do mundo e esperar pelo próximo, Winds of Winter que, se seguir a tempo em que o cinco levou para ser lançado, só por volta de 2015.
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