sábado, 7 de março de 2015

Fotos


Tirar fotos é muito bom. Se fosse mudar minha profissão hoje, seria fotógrafa, em especial da National Geographic. Mas por enquanto, vou ficando por aqui.



Mas as fotos... Fotografe bastante. Mas não permita que a câmera fique entre você e a viagem.


Isto acontece quando a ânsia para se tirar fotos é tão grande que a preocupação em fotografar cada detalhe e não perder absolutamente nada impede que estejamos ali, para onde viajamos.


Lembre-se: a câmera capta apenas a imagem. Todo o resto: sons, cheiros, movimento, sensações de frio, neve, chuva, vento ou sol são efêmros e nnao tem como ser captados pela câmera, apenas vividos. E viver tudo isso só é possível ali, naquele momento, naquela hora.


Por isso, para cada momento em que a concentração está em tirar a foto, focando a câmera, escolhendo o ângulo, a luz, ajustando o flash ou a ausência dele, o zoom, troca das lentes, é um momento em que se deixa de sentir o vento, o sol, a chuva, os barulhos dos animais. Enfim, é um momento em que não se está ali.


A menos que você seja um fotógrafo profissional ou sua viagem é exclusivamente fotográfica, ou seja, você viajou para tirar fotos, viva primeiro. Fotografe depois se der tempo. Não existe nada, absolutamente nada, que substitua a experiência de estar no aqui e agora em cada momento da viagem, captando tudo o que cada segundo tem a oferecer em experiências sensoriais. E estar atrás da câmera retira isso da experiência porque a prórpia função da fotografia é tentar perpetuar um momento. E isso não é possível porque a única coisa que a câmera é capaz de captar é a imagem deixando todo o resto de fora. E cada momento vai além da imagem.

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