sábado, 7 de março de 2015

Nossa Própria História

Lendo a respeito de Julian Lennon, o que ele fez e faz, fiquei sabendo que ele tem medo de se relacionar porque sempre acha que as pessoas só se aproximam porque ele é filho de quem é, e não por suas próprias características. Ele se esquece de que ser filho de John Lennon faz parte de quem ele é, da sua própria história. Não é possível separar uma coisa da outra.


Algo desse gênero aconteceu em um episódio da inteligente série Lie To Me. A série conta casos em que a equipe de um psiquiatra especialista em detectar mentiras pelas expressões faciais é contratada para resolver problemas de ordem criminal, econômica ou mesmo infidelidade. Em um dos episódios, um milionário, prestes a se casar, contrata a equipe para descobrir se sua noiva está mentindo quando diz que quando o conheceu, em um bar, não sabia quem ele era e, consequentemente, não sabia que era milionário. A equipe descobre que é mentira. Quando o conheceu no bar, a moça sabia exatamente quem ele era, ou seja, que era um milionário. Só que descobriu, também, que ela o ama de verdade, não está com ele por causa do dinheiro. Mas ter dinheiro faz parte de quem ele é, faz parte do "pacote" por quem ela se apaixonou. Não é possível afirmar que ela se apaixonaria da mesma forma se ele fosse pobre. Mas o que ficou claro é que ser milionário o fez ser determinada pessoa e foi por essa pessoa que a moça se apaixonou. Se ele fosse pobre, seria outra pessoa e pode ser que ela se apaixonasse também. Ou não.


Por isso, ser filho de John Lennon ou de qualquer outra pessoa faz parte da nossa história, faz parte de quem somos e não há como se fugir disso. Ninguém foge de quem é. Por isso não adianta querermos que alguém nos ame excluindo uma parte de nós mesmos, seja poder, dinheiro, beleza, ancestrais famosos ou qualquer outra coisa. Esses atributos sempre vão contar como sendo parte de nós mesmos e, portanto, inseparáveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário