No filme Lost in Translation (NBC Univesral, 2003), Sophia Coppola descreveu o isolamento de alguém perdido em um país no qual não se entende nada: um ator americano decadente vai para Tokyo gravar um comercial e, no hotel em que está hospedado, conhece a esposa de um fotógrafo. Ambos não conseguem dormir por causa do fuso horário e ambos não entendem nada da língua. O filme vai além da própria compreensão da língua, porém. Retrata o isolamento de alguém que se sente completamente estrangeiro em um país. Daí o nome: Lost in Translation (Perdido na Tradução, em uma tradução literal do nome, já que no Brasil o filme recebeu o nome ridículo de Encontros e Desencontros).
Lost in Translation, o filme, me veio à cabeça durante a leitura de The Restaurant At the End of the Universe, livro dois da série The Hitchhiker´s Guide to the Galaxy, sendo que o primeiro tem o mesmo nome da série. A tradução brasileira é O Restaurante no Fim do Universo, o que está errado. O certo seria O Restaurante Ao Final do Universo.At, em inglês, é preposição de tempo. Encontro você às três da tarde: I´ll meet you AT three pm. O Fim do Universo do livro não é a fronteira física do universo mas sim o momento em que o universo termina.
Talvez em esteja falando bobagem ao criticar a tradução porque tempo e espaço não são realidades separadas. Estão juntos, apesar do efeito desse fato só conseguir ser notado em grandes velocidades e grandes massas, e quando digo grandes velocidades quero dizer a velocidade da luz, e quando digo grandes massas, refiro-me a planetas ou estrelas. Nessas dimensões, não é tanto o tempo que levamos para ir de um lugar ao outro quanto o espaço que se encurta para se aproximar de nós. Tudo muito complicado para uma mente evoluída para atuar em só três dimensões.
Mesmo assim O Restaurante é AO final do universo e não NO final do universo.
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